Pela primeira vez, os cientistas descobriram que o hipocampo é capaz de ensinar o neocórtex em horários específicos da noite.

O sono é essencial para garantir as habilidades de aprendizado e memória. Isso é conhecido há muito tempo. No entanto, os cientistas agora conseguiram demonstrar como nossos cérebros funcionam enquanto dormimos para fixar certas informações em lugares onde elas podem permanecer disponíveis por mais tempo.

Em um artigo publicado na segunda-feira no Proceedings of the National Academy of Sciences, uma equipe de pesquisadores da Universidade da Pensilvânia mostrou o que acontece com diferentes estágios do sono.
Quando fazemos a transição do sono de ondas lentas para o REM (movimento rápido dos olhos) (que acontece cerca de 5 vezes por noite), o hipocampo ensina ao neocórtex o que aprendeu.

Essa comunicação entre diferentes áreas do cérebro pode transformar novas informações em memórias duradouras, segundo os autores.

O hipocampo é a principal área do cérebro considerada responsável pela memória recente. O neocórtex é a parte do cérebro associada ao armazenamento de memória mais duradouro.
“Não é apenas um modelo para aprender circuitos locais no cérebro. É como uma região do cérebro ensina outra região do cérebro durante o sono, quando não há orientação do mundo exterior. É também como nos adaptamos às mudanças em nosso ambiente. Conselhos para aprender graciosamente ao longo do tempo.”
Os pesquisadores construíram um modelo de rede neural composto pelo hipocampo e neocórtex. Durante o estudo, durante o sono simulado, eles observaram e registraram quais

Neurônios disparam em cada área. Os padrões de atividade também podem ser analisados.

Nas várias simulações de sono que a equipe realizou, pode-se notar que, durante a fase de ondas lentas, o cérebro foi guiado principalmente pelo hipocampo para revisitar eventos e dados recentes.

Durante o sono REM, o cérebro é trazido de volta a eventos passados, que estão presentes em áreas do neocórtex.
“Como as duas regiões do cérebro estão conectadas durante o sono não REM, é quando o hipocampo realmente ensina o neocórtex. Então, durante a fase REM, o neocórtex se reativa e pode replicar o que já sabe”, disse o estudante de doutorado Dhairyya Singh. explicou. No laboratório de Anna Shapiro.

Essas descobertas deixaram claro para a equipe que diferentes estágios do sono precisam ser alcançados para formar memórias, embora isso ainda precise ser testado em estudos futuros.

“Um dos nossos próximos passos será realizar experimentos para ver se o sono REM realmente evoca memórias antigas e que efeito isso pode ter na integração de novas informações com o conhecimento existente”, disse Dhairyya.

O professor ressalta que o estudo tem limitações porque simula o cérebro e o sono de um adulto típico e não necessariamente se aplica a toda a população.

Independentemente disso, a equipe espera que, a longo prazo, essa compreensão dos efeitos dos estágios do sono na memória possa ajudar a tratar distúrbios psiquiátricos e neurológicos caracterizados pela privação do sono.