A pedra na vesícula, também conhecida como colelitíase, é caracterizada pelo acúmulo de pedras (cálculos biliares) na vesícula biliar ou nos ductos biliares. Isso acontece devido a um desequilíbrio na concentração das substâncias que compõem a bile, líquido digestivo produzido pelo fígado e armazenado na vesícula.
Quais são os sintomas da pedra na vesícula?

1. Dor abdominal
A dor é uma das primeiras manifestações de pedra na vesícula aguda, especialmente quando os cálculos são maiores ou pequenos, mas em grandes quantidades. As pedras provocam um inchaço no órgão, o que gera dores que irradiam do lado direito, onde a vesícula está situada, para outras regiões do abdômen. Junto com esse sintoma, podem aparecer também dores de cabeça, febre e calafrios. Além disso, quando uma pedra migra para o ducto biliar, o que impede a passagem da bile, uma forte pressão é exercida como tentativa de desobstruir o caminho para o intestino. Nesses casos, fortes cólicas serão sentidas do lado direito do tronco, principalmente uma hora após as refeições. Essa dor se inicia de forma muito rápida e intensa e cessa com o passar de algumas horas, reduzindo lentamente. É interessante salientar que a dor pode ser pior após a ingestão de alimentos gordurosos.
2. Icterícia
A icterícia, caracterizada por um amarelamento da pele, das mucosas ou das escleras (a parte branca dos olhos), ocorre quando a bilirrubina se acumula e se deposita nos tecidos corporais. Essa substância é formada, principalmente, pelos restos dos glóbulos vermelhos (hemácias) do sangue. Em condição normal, toda a bilirrubina é levada pela corrente sanguínea e, após, é eliminada pelo intestino. Na colelitíase, o fluxo da bile é interrompido por uma pedra no ducto colédoco, que impede que o líquido seja transportado do fígado para a vesícula, onde fica armazenado. Dessa forma, a bile, rica em bilirrubina, volta para o fígado e é distribuída pelas mais diversas partes do organismo pelo sangue.
3. Diarreia e fezes esbranquiçadas
O suco biliar tem como principal função ajudar o organismo a digerir as gorduras. No funcionamento normal, a vesícula biliar se contrai quando a digestão começa e, principalmente, quando há presença de alimentos gordurosos.
Se a bile não encontrar os alimentos a gordura não será digerida, o que é uma causa de diarreia. Nesse caso, há aumento do número de evacuações e as fezes se tornam amolecidas ou aguadas, sendo bastante volumosas. Além disso, é possível observar gotas de gordura na água do vaso sanitário após a defecação.
Como falado, a bilirrubina é naturalmente excretada pelo intestino. Esse pigmento dá às fezes a coloração amarronzada ou castanha escura habitual. No entanto, como ela não chegará ao intestino, o bolo fecal fica esbranquiçado ou pálido. O processo digestivo das gorduras é incompleto, o que provoca o aumento da produção de gases e desconforto intestinal.
4. Urina escura
A bilirrubina acumulada nos tecidos não será excretada pelo intestino. Dessa forma, o organismo cria um mecanismo compensatório e, muitas vezes, o excesso dessa substância será eliminado pela urina. Assim, é comum que pessoas com pedra na vesícula urinem um líquido de coloração escura. Isso acontece porque a bilirrubina é um corante natural, tingindo a urina de marrom.
5. Náuseas, vômitos e inchaço abdominal
Como o fígado e a vesícula participam do processo digestivo, esse sistema também é afetado e manifesta sintomas. Apesar de, na pedra na vesícula, sintomas como esses não serem específicos, os casos de náuseas, vômitos e inchaço do abdômen também podem indicar a doença. Quanto ao edema abdominal, ele ocorre devido à falta da bile no intestino, indispensável para a digestão de gorduras.