De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), em 2050, o número de pessoas com 60 anos ou mais deve chegar a 64 milhões no Brasil. “Mais do que nunca, precisamos pensar no assunto. Na maioria das situações, as providências são tomadas só após um incidente”, diz Teresa Ioshimoto, do Centro de Reabilitação do Hospital Israelita Albert Einstein. Um bom caminho seria começar analisando as regras de acessibilidade (NBR 9050) da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT).

1. Passagem sem obstáculos

Da calçada à cozinha, a regra é ter condições de espaço confortáveis para ir e vir. A entrada deve ser livre, sem desnível e com o vão de porta de no mínimo 80 cm. No hall, o cadeirante tem de poder fazer uma rotação de 90°, o que equivale ao diâmetro de 1,20 m. Na sala, considere o espaço de circulação mínima de 80 cm entre os móveis e evite mesinhas no meio do caminho.

2. Piso seguro

Para se ter acessibilidade, calçada deve ser antiderrapante, sem degraus e com rampas de inclinação de até 10%. “Nos ambientes internos, tacos soltos e pontas de tapete podem dificultar a vida”, alerta Fabio Nasri, geriatra do Hospital Israelita Albert Einstein. Se houver varanda, nivele o piso.

3. Desapegue-se do tapete

De acordo com a lógica do piso desimpedido, evite tapetes ou, pelo menos, escolha os mais baixos e com base antiderrapante.

4. Assentos na medida

A altura dos estofados precisa ser de acordo com a da cadeira de rodas, que é de 95 cm para adultos. Tenha uma das peças sem braço, para facilitar o movimento. Já para os idosos, é melhor que a altura de sofás e poltronas fique em torno de 50 cm. Além disso, espumas mais rígidas ajudam a hora de levantar.

5. Elevadores e escadas

A construção não precisa ser térrea. Existem vários equipamentos para a locomoção vertical: elevadores, plataformas hidráulicas, cadeiras elevatórias e rampas. Já para os mais velhos, o certo é que as escadas tenham a pisada entre 28 e 30 cm para acolher o pé inteiro, além de bem iluminada, garantem a acessibilidade.

6. Atenção ao banheiro

A altura da bancada da pia do banheiro deve ser inferior a 80 cm, além de ser livre para a aproximação da cadeira de rodas. Observe a localização do sifão, que pode atrapalhar. Registros e porta-xampus são instalados a uma altura de 80 cm a 1,20 m do piso e as lixeiras precisam de sensor. Um espelho com controle de inclinação permite o ajuste. Para os idosos, instalar barras de apoio nas laterais da pia, na bacia e nas duas paredes perpendiculares dentro do boxe.

7. Acessibilidade na cozinha

Para os cadeirantes, as mesas adequadas possuem altura mínima de 76 cm e máxima de 80 cm. Mantendo livres as áreas sob as bancadas para a aproximação da cadeira de rodas. Eletrodomésticos e armários superiores, de preferência, são instalados não muito altos. Torneiras de alavanca facilitam o dia a dia dos mais velhos, assim como carrinhos com rodízios nos acessórios.

8. Conforto no quarto 

Os colchões articuláveis com controle remoto são os melhores, além das persianas automatizadas. Os armários guardam as roupas à altura máxima de 1,35 m do piso, com gavetas com visor. As escrivaninhas devem ter entre 76 e 80 cm de altura. Para o idoso, a altura da cama precisa permitir que os pés logo encontrem o piso na hora de levantar.