A prevenção e o combate contra a surdes em todas as idades e muito importante.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), mais de 800 milhões de pessoas em todo o mundo são afetadas. A surdez é caracterizada pela perda dos níveis normais de audição. Na maioria dos casos, essa perda auditiva ocorre de forma gradual, afetando aproximadamente 50% da população acima de 70 anos.
No Brasil, de três a cinco crianças nascem com problemas auditivos, segundo a Academia Brasileira de Otologia. Por meio de políticas públicas eficazes, é possível mitigar o impacto dessa doença na população. Uma delas é diagnosticar esses recém-nascidos com um teste de emissões otoacústicas, conhecido como teste da orelha pequena, que ajuda a obter o melhor prognóstico de vida. Para a população em geral, um exame de audição completa o diagnóstico de um otorrinolaringologista, médico especializado no tratamento de distúrbios relacionados ao ouvido e outras partes do corpo.

No entanto, embora algumas pessoas nasçam com algum tipo de perda auditiva, a maioria desenvolverá o problema durante a vida. Ludimila de Oliveira Cardoso Ouverney, otorrinolaringologista da Clínica Especializada PAM Marechal (DCE) e professora interina da Faculdade de Medicina da UFJF, diz que temos que estar atentos a algumas situações do nosso dia a dia. “Os sinais de alerta surgem quando você percebe que sua audição não está boa, ou não consegue entender o que está dizendo e tem que pedir para as pessoas repetirem, principalmente quando seus colegas de casa começam a perceber sua perda auditiva”, explicou, e além disso, quando se trata de surdez, é preciso olhar mais de perto os idosos e aqueles que trabalham em ambientes de alto ruído. Na velhice, a perda auditiva é mais frequente devido ao envelhecimento natural e à perda da função dos órgãos e está associada à presbiacusia,
uma doença caracterizada pela degeneração do ouvido associada à idade. “A partir dos 55 anos, nos adultos que estão mais perto de se tornarem idosos, é esperado o início da perda auditiva por conta da idade”.
Ainda de acordo com a médica, “já é sabido que a exposição a ruídos de alta intensidade por muitas horas é a causa de perda auditiva por lesão das células ciliadas externas, que são as células da nossa audição. As exposições não laborativas, que seriam aquela exposição por uma festa, por uso prolongado de fones de ouvido, por exemplo, tem surgido como um hábito muito deletério para audição, já que neles não há a medida de decibéis que a pessoa está exposta”.
Uma forma de minimizar os impactos dessa situação seria, em locais com ruídos de maior intensidade, adotar o uso de equipamentos de proteção individual (EPI) para minimizar danos a longo prazo, conforme estabelecido em Lei para algumas atividades.
Outros fatores que são prejudiciais estão relacionados à exposição à substâncias químicas que sejam tóxicas para o ouvido e o uso inadequado de remédios com grau de toxicidade para esse órgão. Aliado a isso, hábitos como o consumo de álcool e cigarro, por questões de toxinas presentes neles, também podem desencadear lesões de estruturas vasculares relacionadas ao trato auditivo. Por conta disso, é importante adotar um estilo de vida saudável e uma alimentação balanceada.

Como procurar atendimento
Determinadas formas de surdez podem ser passageiras, como conta Ludimila. “Algumas perdas de audição são temporárias e podem ser revertidas com medicamentos ou com algum procedimento, seja cirurgia ou algum outro realizado no próprio consultório pelo profissional especializado”. Outras formas da perda de capacidade de ouvir podem ser minimizadas com o uso de um aparelho auditivo.
Entretanto, ao notar os primeiros sinais de uma possível surdez, a pessoa deve se dirigir primeiramente à Unidade Básica de Saúde (UBS) da sua região, para que passe por um processo de triagem realizado pelo médico generalista. De posse do diagnóstico, o médico irá analisar cada caso e havendo a necessidade encaminha o paciente para um especialista no DCE PAM Marechal. “Caso a pessoa venha a precisar do nosso atendimento, ela pode esperar um atendimento humanizado e específico para seu problema”, ressaltou.