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    Entendendo a base de tudo na vida

    Entendendo a base de tudo na vida

    Claro que poderíamos falar sobre esse tema em diversos aspectos na vida. Espiritualidade, realidade social, situação financeira, etc. Em cada tema destes e de outros mais, existe uma reflexão importante e válida no que diz respeito a entender nossa existência e suas bases estruturais, a fim de assumir novas posturas com o objetivo de dar mais sentido à vida e conseguir trilhá-la de uma forma mais leve, consciente e prazerosa.

    Há, porém uma realidade tão óbvia que acabamos por negligenciar.

    Quando nos aventuramos na grande busca humana para conhecer o sentido da vida, a razão da nossa existência, tendemos a buscar uma resposta complexa, pois consideramos sempre, muitas vezes erroneamente, que as respostas complicadas são as mais importantes.
    Convivi com coreanos por muitos anos de minha vida. Os orientais são conhecidos mundialmente por sua cultura milenar, recheada de conceitos profundos e significativos.
    Certa vez, em uma das muitas visitas que tivemos oportunidade de fazer à casa de amigos coreanos, tive coragem e liberdade de perguntar por que os calçados precisavam ficar à porta da casa. Em cada casa que visitávamos, percebíamos que, independentemente da classe social, religião ou idade dos coreanos, todos tinham o mesmo hábito. Não era uma escolha. Todos “devem” tirar os sapatos para entrar, tendo inclusive chinelinhos de vários tamanhos à disposição dos visitantes!
    Fiado na liberdade que havia, com todo cuidado e respeito fiz a pergunta, quase num tom cerimonial, deixando claro que estava pronto para ouvir uma resposta que talvez não fosse tão simples, que talvez e não compreendesse devido à minha raiz cultural ocidental medíocre que não considera o mundo transcendental com sua importância. Preparei-me para ouvir, talvez, um breve relato sobre “energias negativas” ou “segurança espiritual” do lar. Meu anfitrião olhou para mim com ar surpreso, e não hesitou em responder com calma, dizendo a frase que iria mudar minha: “Nós respeitamos a pessoa que limpa a casa!”.
    Meu mundo desabou! A resposta transformou minha vida em diversos sentidos! Primeiro por que nunca mais entrei calçado na casa de ninguém (a não ser nas casas que têm um “espaço público” que já é feito pra isso. Mas mesmo assim, limpo bem os pés). Considerando que nosso lar é um ambiente que precisa estar livre das impurezas das ruas que são contaminadas com todo tipo de impurezas, pensar em não trazer pra casa detritos como fezes de animais presas aos sapatos já é suficiente para a mudança de hábito.
    Mas as consequências da resposta do meu amigo oriental foram muito mais longe!
    Seja lá quem for o/a responsável pela limpeza de casa, merece respeito! Num mundo onde assistimos a “coisificação” do ser humano, precisamos começar pelo básico para caminhar em na direção contrária. Dar bom dia ao porteiro do prédio é importante, mas pode ser feito por impulso. Agora, retirar meus sapatos requer mais de mim! Essa atitude exige de mim uma manutenção do respeito ao próximo, da sensibilidade em me colocar no lugar do outro.

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