A finitude da vida é um conceito com o qual convivemos desde que nos demos por gente. Durante toda nossa vida fomos tomados pela dolorida surpresa da partida de alguém próximo a nós. Quando éramos crianças, não entendíamos bem do que se tratava, mas à medida que fomos amadurecendo, fomos tentando nos acostumar com essa característica da vida, o seu fim.
Construindo a maneira de ver a morte no decorrer da vida
Na juventude, por conta dos ímpetos triunfantes que irrompiam de cada um de nós, e que eram característicos dessa época da vida, encarávamos a morte como algo fora da gente, pois nossa jovialidade não nos permitia crer que isso um dia nos alcançaria de verdade. Aqueles que perderam pessoas próximas nesta idade, normalmente reagiram com rebeldia, culpando tudo e todos, diante da dor atroz. Logo depois, já na vida adulta madura, mais sóbrios e já nos distanciando dos efeitos heroicos dos hormônios da adolescência, iniciamos a construção da nossa própria maneira de assimilar a morte de pessoas próximas, fosse através do viés religioso ou de outra filosofia de vida que nos confortasse diante desta situação, que dali por diante se mostrava cada vez mais inexorável.
Lidando com as perdas na terceira idade
Embora mais maduros e com a experiência de quem já viu e viveu bastante, tendo colecionado tantas situações em nossas memórias, ainda não estamos preparados para enfrentar as perdas. Parece contraditório o fato de que esta grande certeza da vida, que é o seu fim seja tão estranha e inaceitável.
Como enfrentar o luto
O luto não é uma doença ou algo que precisamos evitar. A perda de alguém irá trazer dores que precisam ser vividas, para que possamos continuar o nosso papel na terra.
Vejamos alguns caminhos para que este processo não venha acarretar piores consequências em nossas vidas.
Apoio dos amigos e familiares
O aconchego das relações afetuosas pode ser a melhor forma de enfrentar a perda de um ente querido. Os laços de amor renovado com outras pessoas nos dará o suporte emocional necessário.
Conforto religioso
O apoio emocional que podemos experimentar através do exercício da espiritualidade é um dos caminhos que podemos trilhar para encontrar respostas e equilíbrio emocional. O seio religioso, embora muitas vezes recriminado, apresenta grande quantidade de compaixão aos que recorrem a ele buscando conforto.
Terapia
Embora não seja necessária para todos os casos, importa considerar a possibilidade de acompanhamento psicológico se houver uma dificuldade maior em assimilar a notícia. O suporte profissional de um médico especializado será importante para nos reconduzir emocionalmente ao equilíbrio.
A vida continua
Parece uma frase clichê, mas quanto mais rápido nos conscientizarmos desta verdade, menos amargaremos a possibilidade de um luto maior que aquele que nossa estrutura suportaria.
O conformar-se com a separação ao final do período enlutado e seguir a vida é a melhor forma de honrar a memória querida daqueles que partiram antes de nós.